Práticas integrativas e complementares e medicalização social

No Grupo Recanto, só para você ter uma ideia melhor, somos mais de 100 profissionais de diferentes áreas trabalhando em prol da recuperação dos pacientes. O atendimento médico deixa de ser apenas de responsabilidade do especialista e passa a ser também do paciente. Por fim, vale destacar que os médicos que atuam com a medicina integrativa também veem os pacientes como verdadeiros parceiros que colaboram para o tratamento. Além disso, é importante que todos tenham em mente que outros profissionais podem ajudar para fazer um tratamento em conjunto, sempre com o objetivo de levar melhorias na saúde das pessoas. Uma abordagem centrada na recuperação pessoal, foca-se nos valores, na responsabilidade em todo o processo , é orientada para a escolha (mais do que para o controlo extrínseco da situação), despertando o poder sobre a situação.

Assim sendo, observamos que práticas discriminatórias, violências físicas e simbólicas, atos de recusa e negligência perpetrados por aqueles que fazem parte do seu espaço social comprometem gravemente o desenvolvimento de suas habilidades sociais, pois produzem em seu campo de experimentação percepções e sentimentos incapacitantes de falência, frustração e autodepreciação . A constante exposição a essas práticas faz com que o paciente comece a evitar qualquer situação de interação, posto que sob um contexto estigmatizador aprende que suas tentativas de contato tendem a produzir, de imediato, reações negativas nos sujeitos com os quais busca se relacionar. Um isolamento cada vez mais acentuado constitui-se através deste processo, no qual a competência social que apresenta embota conforme sua dessocialização amplia-se. Estabelece-se nesse ponto uma relação circular e os efeitos das interações inexitosas passam a retroalimentá-las (Lussi et al., 2006).

Medicina Integrativa: Ofereça o melhor atendimento ao seu paciente

Se elas parecem ter eficácias e efetividades antes não suspeitadas, merecem também cuidadosa análise e discussão sobre seu potencial medicalizante e desmedicalizante. Este último não se concretiza pela simples oferta de quaisquer PICS na APS ou no SUS, mas provavelmente depende do tipo de prática e do modo como é desenvolvida pelos profissionais em suas interações com os usuários. Assim, há uma vantagem de várias PICS em relação à biomedicina quanto ao potencial de estímulo ao autocuidado, mas essa vantagem só concretiza a plenitude de seu potencial desmedicalizante, empoderador e emancipador se promover e estimular o autocuidado autorreferido.

O processo de reabilitação assistida no contexto do AT visa, nessa perspectiva, desvencilhar os acompanhados das restrições de uma dada situação, ora auxiliando no desenvolvimento de uma habilidade emergente, ora tornando possível a execução de uma capacidade já efetivada sob condições mais complexas. Em ambos os casos, o conjunto de funções psicológicas (tais como atenção volitiva, controle consciente do comportamento, clinica de recuperação involuntária pensamento, linguagem, memória voluntária) que se articula ao planejamento, execução e avaliação da competência trabalhada sofre uma reorganização estrutural qualitativa. O reposicionamento, contração, desintegração e decomposição das funções previamente consolidadas institui períodos críticos cujo ponto de culminância torna-se o locus no qual um ciclo de reorganização encontra término (Valsiner & Van der Veer, 1991).

abordagens integrativas na clínica de recuperação

Psicose: Sintomas, Causas e Tratamentos

Espera-se que este breve relato da experiência vivida sirva de inspiração e possa ser replicado para o benefício da Universidade e de outros segmentos. Acredita-se que o sucesso do trabalho desenvolvido se deve à ação conjunta dos profissionais além da utilização da escuta qualificada, buscando atuar o mais precocemente possível nos quadros de ansiedade dos estudantes, evitando assim, com o agravamento dos mesmos, a medicalização desnecessária. A grande maioria dos atendidos retornaram referindo melhora dos quadros clínicos que os levaram ao atendimento, entre a segunda e quarta sessões, e a psicóloga verificou a melhor adaptação dos estudantes frente às questões que os levaram ao consultório psicológico. Inicialmente foi implantado o Grupo de Estudos sobre PICS em outubro do ano de 2017, com encontros quinzenais, abertos às comunidades internas e externas. Mensalmente eram eleitos temas de interesse e debatidos à luz de referenciais teóricos, além de vivenciadas práticas relativas ao tema de estudo.

Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS

Com intuito de disponibilizar assistência de médicos preparados para lidar da melhor forma com o processo de reabilitação, nasce o Grupo Recomeço. Boa parte das terapias integrativas trazem um equilíbrio energético entre corpo e mente, vendo a pessoa como um ser inteiro, e não uma máquina de peças separadas. E essa visão holística do ser humano por inteiro, envolvido com o meio em que vive, saúde mental e física como interligada, faz com que a maioria das terapias incentive uma reeducação de comportamento, propondo que a pessoa tenha um domínio daquilo que faz bem ou não para sua saúde física e mental. Dentre as suas técnicas, a acupuntura vem sobressaindo mundialmente como alternativa eficiente no tratamento de diversas patologias e com resultados imediatos positivos . É uma modalidade que invete em prevenção e promoção à saúde com o objetivo de evitar que as pessoas fiquem doentes. Além disso, quando necessário, as PICS também podem ser usadas para aliviar sintomas e tratar pessoas que já estão com algum tipo de enfermidade.

Para facilitar, você pode utilizar o Clínica nas Nuvens, software para clínicas que oferece o prontuário eletrônico, no qual você anota tratamentos, exames, atestados, procedimentos, etc. Como já foi comentado anteriormente, os tratamentos integrados só funcionam quando diversas áreas trabalham juntas e alinhadas, em prol da saúde do paciente. Efeitos de um protocolo de intervenção de acupuntura sobre sintomas psicológicos, qualidade do sono e imunossenescência em idosos (Dissertação de mestrado). Tendo em vista o alinhamento com o Plano Orientador da UFSB, entende-se que a preocupação não só com a entrada dos estudantes da região, tão alijados do processo de inclusão social, no meio acadêmico, mas também com sua manutenção na Universidade é um dos maiores desafios a serem enfrentados pela jovem Universidade.

Nesse sentido, as Práticas Integrativas e Complementares em saúde funcionam como uma das respostas a esse debate de ideias, na medida em que fomentam práticas estratégicas e pensamentos renovados sobre a saúde pública. Pois para as Práticas não há fronteiras e nem interdições entre os saberes, entre as distintas disciplinas e áreas de conhecimento, ainda que elas se caracterizem, indiscutivelmente, por linguagens próprias, regidas por códigos de expressão diferenciais, que pouco se aproximam das atividades da medicina científica. No entanto, cada vez mais as linguagens seculares da medicina tradicional vão sendo incorporadas pelo setor saúde. Na história das medicinas ocidental e oriental as questões relativas à compreensão do ser humano também apresentam analogias. Para ambas, é evidente que o homem não pode ser resumido a certo número de recortes orgânicos, por exemplo. As noções de integralidade e complexidade estão no cerne das discussões da área médica e devem nos interrogar permanentemente.

Nesse sentido, a horizontalização da produção do AT favorece um intercâmbio concreto de saberes, permitindo a intensificação do conhecimento mútuo e dos vínculos de cuidado estabelecidos durante o tratamento. Com efeito, a aquisição e ampliação de informações tais como hábitos e rotinas cotidianas do paciente, seu histórico de vida, evolução clínica, planos psicoterápicos e farmacológicos pregressos abre ao terapeuta a possibilidade de articular a experiência de sofrimento a uma série de fatores que a contextualizam e a colocam mais próxima de sua compreensão (Saraceno, Asioli, & Tognoni, 2001). Para o acompanhado, o intercâmbio de saberes junto ao terapeuta auxilia na estruturação de um espaço expansivo de questionamento, interferência e apropriação do manejo clínico, o que pode efetivamente ampliar sua participação na escolha das medidas terapêuticas e no exercício do controle sobre o tratamento. Na observância aos seus referenciais reformistas e antimanicomiais, bem como na potencialidade que apresenta para produzir novas topologias subjetivas e culturais em torno da reinserção social, o AT articula-se às formulações conceituais e políticas da RP de orientação sociopolítica, embora por meio de lastres teóricos ainda pouco diagramados na literatura especializada. Portanto, para ambas as formas clínicas, a ampliação dos gradientes de autonomia de seus usuários está articulada ao enfrentamento e gradual desmonte dos obstáculos simbólicos e materiais, das violações de direitos e das desvantagens a que eles são cotidianamente submetidos em função de suas peculiares condições. Objetivando contribuir com o aprimoramento dos instrumentos clínicos de reabilitação e para o avanço das estratégias de reinserção social atualmente produzidas no campo da saúde mental, buscar-se-á compartilhar neste artigo algumas considerações teóricas e apontamentos técnicos voltados ao trabalho de acompanhamento terapêutico junto a egressos de longas internações psiquiátricas.

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